Dezirée & Lucca Forever

terça-feira, novembro 19

Eu, meus 42 anos e os ursos polares



Existem vários rótulos criados pela sociedade que procuram definir fases das nossas vidas. Sobretudo com as mulheres essas marcas acabam por endossar aspectos gerais que nem sempre relatam aquilo que realmente somos, fomos ou seremos. Claro que apenas a maturidade nos leva a perceber isso... E por isso acabamos por “abraçar” o senso comum...
 O bom é perceber nessa mistura que os nossos caminhos, são nossos, não importando a que fase eles pertençam. Foi assim, um pouco rebelde e atrevida que depois das fases Fênix, Balzaquiana e Loba quebrei os rótulos e relacionei a minha definição nessa fase aos ursos polares.
Esses ilustres animais vêm se adaptando as drásticas mudanças climáticas ocorridas ao longo de anos. Muitas pesquisas estão sendo desenvolvidas para compreender em quais aspectos essa transformações afetarão o futuro da espécie. É assim que hoje me sinto... Um urso polar que vive a transição do habitat. Procurando entender quais foram meus aprendizados, e principalmente em quais aspectos pessoais mais me modifiquei.
- As transformações são necessárias para a sobrevivência da espécie, não é mesmo? Então...
Todos os dias eu chego, a conclusões diferentes.
Todos os dias eu me perco e me acho. Têm sido assim entre o frio e o calor que ganho, compreendo, conquisto e perco amigos.
Hoje procuro não definir os sentimentos que envolvem minha vida. A única aquisição segura que tenho por mesmo é a minha família. Essa está em mim, inerente e misturada. Ela é a minha base, nela me recolho, me escondo e me entrego.
Meus amigos, esses vêm e vão de acordo com o tempo, de acordo com o respeito, de acordo com o crescimento. Aprendi em minha caminhada que os que foram, os que ficaram, os que virão estão cumprindo o seu papel, o de ser livre para estar e sentir-se amigo e isso não desmerece a importância de cada um em minha vida.
Aliás, essa relação tão declamada por tantos acaba por ser à base de sustentação de muitas vidas vazias e tristes. Amigo não é mola, ele não pode ter a obrigação de nos dar o que julgamos merecer, ninguém além de nós mesmos deve fazer isso.
Amigo é amor e o amor pode ser de hoje, pode ser de ontem, pode ser de amanhã, de longe, de perto, não importa quanto dure, não importa o quanto nos envolva, ele precisa apenas existir. Sem cobranças, sem dependências, sem definições... Assim eles (o amor e o amigo) poderão ter uma vida inteira pela frente.
Aos 42 anos de idade e muita estrada pela frente eu só quero mesmo é agradecer a Deus o presente de estar viva, de recomeçar, de conseguir transitar do frio para o calor mesmo com medos, com incertezas, com decepções. Porque sou feita de força, de sol, de atrevimento e, sobretudo de amor.
Obrigada a todos que se foram aos que estão e aos que virão. Obrigada aqueles que compreenderam minhas limitações e respeitaram. Obrigada aos que me ensinaram mesmo sem perceber e aqueles que de alguma forma levaram um pouco de mim.
Nunca tive a pretensão de ser melhor que ninguém. Minhas dores e alegrias não foram melhores ou piores que as de qualquer um. Apenas estou aqui, compreendo a vida e sei que a INDEFINIÇÃO é  referencia do meu Ser.
Viva Raul e minha METAMORFOSE AMBULANTE...

Fênix Forever

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