sábado, maio 2
MÃE
Apesar de sabermos que algumas datas existem para movimentar a economia, a emoção social na qual ela se apoio acaba manifestando em cada um de nós sentimentos diversos.
Percebo claramente que esse senso comum, produzido pelo simbolismo da data cuja dualidade racional-irracional impulsiona o aumento da necessidade de consumo, nos afeta de um jeito intrigante.
Paralelamente afloramos dores que cotidianamente tentamos conter, ou devido à pressa do dia-a-dia ou porque buscamos encobri-las de nós mesmos, para afinal seguir em frente!
"Pois é assim que a sociedade determina como uma pessoa forte e centrada deve agir..."
Domingo próximo, será comemorado mais um Dia das Mães.
Diante de tanto comercial, o centro da cidade e shoppings lotam, atraídos pelas promoções em que filhos tentam através de algo concreto representar o amor que sentem por sua mãe. Um momento criado comercialmente que faz com que nós transpiremos emocionados uma forma de amor incondicional.
Durante muitos anos da minha vida, tive a necessidade, por vezes, desesperada, dessa complementaridade, embrenhada como uma natural e “obrigatória” conseqüência de ser mulher... Até que um dia, experimentei essa sensação, quase sublime de gerar a vida e percebi o quão nós seres humanos somos castrados da liberdade do sentir. A emoção de gerar uma vida dentro de si é algo absolutamente inexplicável e que jamais deveria ou deve se transfigurar como uma obrigação de se fazer existir.
Existimos (pessoas) de diferentes formas e todas elas são conduzidas ou deveriam ser pelo nosso arbítrio.
Conheço mulheres maravilhosas e felizes que não querem ser mãe e ponto.
Guardo doces lembranças da minha maternidade e desejo realmente que a inópia comercial e o prazer materno se misturem, já que vivemos embrenhados por uma sociedade capitalista e que essa emoção sirva para sensibilizar mais as pessoas, ao menos por um final de semana...
Desejo a minha mãe e a minha filha especialmente e a todas as mães momentos de prazer junto aos seus filhos.
Parabéns MÃES!
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