Dezirée & Lucca Forever

sábado, junho 26

Tenho um grande amigo homem!

A razão deste post não é só para homenagear um grande amigo, mas também para derrubar mais um preconceito naturalizado existente na sociedade de que homens e mulheres não podem ser simplesmente amigos!

Comigo e com o Álvaro foi sempre assim...Nos conhecemos em uma rede social de discussão no campo da História e nunca mais nos afastamos dessa linda amizade on line. Saímos e entramos juntos e várias outras, enfrentamos tons jocosos relacionados a nossa amizade e nem assim deixamos de acreditar nela. Álvaro foi sempre uma grande inspiração em minha vida acadêmica e pessoal também, um conselheiro nato e um grande mestre.

Nossas conversas sempre foram intermináveis e abrangiam toda diversidade de assuntos que pudéssemos naquele momento nos sentir motivados a discutir.

Ele me instruía até a prestar atenção em minha forma de escrever, a minha ortografia, às minhas idéias nem sempre tão claras...

O Álvaro tem uma alma absolutamente feminina! Afirmo que poucos homens conhecem tão bem as mulheres quanto ele... Sua sensibilidade e sutileza sempre me surpreenderam e me fizeram cada vez mais apaixonada por sua amizade.

Creio que uma das grandes vitórias de nós mulheres em nossa emancipação, foi o fato de nos mostrarmos enquanto gente e não apenas enquanto gênero, nossa sexualidade enfim passou a ser parte complementar de nosso corpo e não a capa ou fachada dele.

É claro que algumas mulheres se utilizam disso, mas ainda sim, não desmerecem a atitude corajosa de assumir uma escolha. Isso porque agora podemos fazer a nossa escolha...

Nos encontros e desencontros da vida, encontrei no Álvaro uma grande amigo, uma amigo que confio e tenho uma amor e um carinho absolutamente verdadeiros. Meu querido amigo, tenho sofrido com você cada instante difícil que tens passado...E fico muito feliz em ver que você não está só e que eu sou apenas mais uma amiga que te admira e que reza por você, todos os dias. À você dedico esse lindo soneto de Vinicius de Moraes:

Soneto do amigo

Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.
É bom sentá-lo novamente ao lado
Com olhos que contêm o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.
Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano.

O amigo: um ser que a vida não explic
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...


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